Investigação aponta que agência de notícias recrutou influenciadores nos EUA para publicar vídeos com propaganda favorável ao governo russo. Washington diz que Moscou tenta interferir nas eleições norte-americanas desde 2016.

O presidente russo, Vladimir Putin, estava a par das ações da agência estatal de notícias RT para influenciar as eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pela Casa Branca nesta quarta-feira (4).

"Acreditamos que Putin sabia dessas ações", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, John Kirby.

Autoridades americanas anunciaram sanções contra executivos da RT e outras pessoas. Eles foram acusados de fazer "esforços de influência maliciosa" contra as eleições presidenciais americanas de 2024.

O veículo é acusado de recrutar, de forma encoberta, "influenciadores americanos involuntários" para apoiar uma "campanha" da RT, antes conhecida como Russia Today. Uma empresa norte-americana também estaria envolvida.

As investigações apontam que os funcionários da agência russa canalizaram US$ 10 milhões para uma empresa com sede no estado do Tennessee, "para divulgar conteúdo considerado favorável ao governo russo", acrescentou.

A acusação aponta que a empresa americana, que não foi identificada, publicou vídeos em inglês no TikTok, Instagram, X e YouTube e "nunca revelou aos influenciadores nem aos seus milhões de seguidores seus vínculos com a RT e o governo russo", disse o procurador-geral Merrick Garland.

Segundo o Departamento do Tesouro, a editora-chefe da agência, Margarita Simonyan, foi uma "figura central nos esforços de influência maliciosa do governo russo". Enquanto isso, a editora-adjunta Elizaveta Brodskaia informava Putin e funcionários da agência.

Washington acusa Moscou de tentar influenciar as eleições presidenciais desde a disputa de 2016 entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton.

Após as eleições de 2020, funcionários de inteligência dos EUA acusaram Putin de autorizar "operações de influência" para favorecer a votação em Trump.